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Água e Inovação: A Chave para o Saneamento no Brasil

O problema do saneamento

O Brasil é um país rico em recursos de água, mas a falta de acesso, o desperdício e a contaminação são grandes problemas. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – o SNIS –, até 2015 35 milhões de brasileiros não tinham acesso a um sistema de abastecimento de água por rede de distribuição e 100 milhões não dispunham de serviço de coleta de esgoto. Além disso, quase 37% de toda a água do Brasil é perdida no processo de distribuição.

O Plano Nacional de Saneamento Básico – o Plansab – pretende universalizar o abastecimento de água no Brasil até 2023 e atender pelo menos 93% da população com rede de esgoto até 2033. Até lá são necessários investimento, políticas públicas e projetos inovadores para atingir essas metas.

Água e inovação

Em novembro de 2017 o Brasil recebeu a primeira edição local do Laboratório de Inovação da Água (WIL – Water Innovation Lab), uma iniciativa da ONG canadense Waterlution. O encontro reuniu pesquisadores e empreendedores para debater e propor soluções inovadoras relacionadas à conservação e reuso da água, recuperação de nascentes e novas tecnologias acessíveis.

Inovar é preciso e a tecnologia é uma grande aliada do saneamento básico no mundo todo. Hoje um dos sistemas mais modernos de tratamento de esgoto é chamado de ASBR – em português, Reatores Sequenciais por Batelada Avançada –, uma tecnologia canadense que trata o esgoto de forma biológica. Ao invés de utilizar produtos químicos, o tratamento da água é feito da mesma maneira que a natureza faz, garantindo que o afluente tratado retorne à natureza livre de poluentes orgânicos.

Entre outros sistemas inovadores no setor podemos citar os biofiltros feitos de uma mistura vegetal a base de coco que reduzem o odor nas estações de bombeamento e tratamento de esgoto. Além disso, recentemente foi desenvolvida uma tecnologia de microfones capazes de identificar vazamentos na rede de água.

A inovação é ainda mais necessária nas áreas remotas, onde o tratamento da água é mais escasso e difícil. Para contornar esse problema, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) desenvolveu uma fossa séptica biodigestora que trata o esgoto e produz um efluente que pode ser utilizado como adubo no solo.

Além de fertilizantes, o esgoto também pode fornecer energia a partir do tratamento de biogás resultante do tratamento de esgotos. A estimativa é de que seja possível produzir 1.500 Nm3 de biometano por dia, que equivale a 1.500 litros de gasolina comum.

E você? Já pensou em soluções para o problema da água? Fique bem informado com o nosso glossário e teste seus conhecimentos no nosso quebra-cabeças para saber mais sobre o ciclo da água e seus processos de tratamento.